sexta-feira, 16 de julho de 2010

Onde estarei|?

Quero fugir.
Se não me encontrarem, saibam que fui para onde possa ver as ondas do mar, ou a correnteza do rio.
Se não me encontrarem, fui para onde o sol ainda nasce, para onde as plantas ainda florescem
Se não me encontrarem, fui para onde as árvores escondem-me do calor
Se não me encontrarem, fui para onde o ballet dos pássaros é eterno.
Se não me encontrarem, fui para onde a melodia é calma e tranquila.
Se não me encontrarem, fui para onde a chuva faz-me dormir a noite
Se não me encontrarem, fui para onde as palavras não são bruscamente caladas
Se não me encontrarem, fui para onde os sohos realizam-se
Se não me encontrarem, fui para onde o tempo não existe e a tarde de outono demora-se a ir
Se não me encontrarem, fui para as plantações de morango, para os cachos de uva doce
Se não me encontrarem, fui para o fim do arco-íris
Se não me encontrarem, fui para o cor-de-rosa do céu
Se ainda assim não me encontrarem, procurem-me sonhando.

PROCURO

Procuro um lugar silencioso
Procuro sorrisos reais
Procuro a sombra de uma frondosa árvore
Procuro a sintonia nos meus passos
Procuro uma melodia que combine com minha vida
Procuro meu olhar que se perdeu nessa cidade
Procuro a leve brisa que me alivia
Procuro as pedras que me fazem companhia
Procuro os sonhos que tiram da realidade
Procuro a realidade que me tire dos meus sonhos
Procuro a dança que eu consiga acompanhar
Procuro os sons que se confundem com os de uma queda d'água
Procuro os perfumes que as flores exalam
Procuro as borboletas que perderam suas cores
Procuro o mar que se escondeu de mim
Procuro a tranquilidade que se esvairiu
Procuro a paz de espírito que em mim não encontro mais
Procuro o sol que já se foi
Procuro as nuvens, mas elas também já foram levadas pelo vento.
Vento esse que também não senti.
Procuro as letras que se omitem diante de mim
Procuro as palavras que se recusam a organizarem-se para dar sentido a algo
Procuro enfim, tudo aquilo que se foi de mim.